Mauá

Estádio Municipal Anacleto Campanella, em São Caetano, completa 70 anos de muita história, futebol e shows

11


Estádio municipal mais antigo do ABC, o Anacleto Campanella, em São Caetano, completa 70 anos de histórias que vão muito além do futebol. O local foi palco dos primeiros passos da profissionalização do esporte na região, da ascensão da AD São Caetano, vice-campeã da Copa Libertadores da América, e de shows que permanecem na memória da cidade.

O Anacleto Campanella abriu suas portas pela primeira vez no dia 2 de janeiro de 1955, quase sete anos depois da emancipação de São Caetano do Sul. Os primeiros times a pisarem no gramado foram a Associação Atlética São Bento, time de São Caetano, e o XV de Piracicaba – a vitória foi dos donos da casa por 1 a 0, gol de Zé Carlos, em partida válida pelo segundo turno do Campeonato Paulista da Primeira Divisão.

O duelo foi presenciado pelo deputado federal Lauro Gomes de Almeida, que havia sido prefeito de São Bernardo do Campo e viria a ser prefeito de Santo André, e pelo prefeito Anacleto Campanella, idealizador da construção do estádio que levaria seu nome. Anacleto Campanella é pai do atual prefeito de São Caetano, Tite Campanella.

“O Estádio Municipal Anacleto Campanella está vivo na minha memória desde minha infância. Não só pela questão de ser o nome do meu pai, uma referência para mim como ser humano, como também pelo fato de eu vir fazer tênis aqui à época, além de ver muitos jogos do Azulão aqui. Aliás, nunca fui de ver jogos nas cadeiras e sim, sempre, na arquibancada, ali no Setor 01”, relembra o prefeito Tite Campanella (Anacleto Campanella Junior).

O Estádio Anacleto Campanella foi palco para jogadores históricos, como a dupla ex-Seleção Brasileira Luís Pereira (1990-1992) e Serginho Chulapa, que marcou seu último gol como profissional no estádio, no empate por 1 a 1 com a Ferroviária de Araraquara, pelo Grupo Amarelo do Campeonato Paulista de 1993.

O local também serviu também de palco de shows históricos, como a apresentação do cantor Raul Seixas em 1º de dezembro de 1985. Outros artistas também deram o ar da graça no estádio mais antigo do ABC, como o cantor Luan Santana e o global Fábio Jr., atrações do evento Revirando São Caetano, a 1ª Virada Cultural da cidade, em 18 de julho de 2011.

TEMPOS ÁUREOS
Apesar da múltipla faceta do estádio, o Anacleto Campanella é mesmo lembrado e reverenciado por ter vivido os áureos tempos da Associação Desportiva São Caetano, vice-campeã da Copa João Havelange (Brasileiro), em 2000, do Brasileiro, em 2001, e da Libertadores, em 2002.

O Anacleto Campanella, por exemplo, recebeu os argentinos do Boca Juniors, pela Libertadores de 2004, com 13 mil pessoas, um dos maiores públicos do estádio. Aliás, o recorde de público do Anacleto Campanella é de 19.805 torcedores, que acompanharam a vitória do Azulão sobre o Atlético-MG, na semifinal do Brasileiro de 20001. Contra o Boca, a escalação do Azulão teve Silvio Luiz; Anderson Lima, Dininho, Serginho e Triguinho; Gilberto, Marcelo Matos, Fábio Santos e Mineiro; Somália e Fabrício Carvalho. O técnico era Muricy Ramalho, comandante do primeiro e único título paulista de equipes do ABC, em 2004, contra o Paulista de Jundiaí.

Atualmente, o Anacleto é palco das partidas do São Caetano Futebol, gerido pelo dirigente e proprietário Jorge Machado, que disputa a Série A-4 do futebol paulista. “Um clube já predestinado à glória, agora conta com um estádio recém-revitalizado e com toda estrutura para sediar os maiores clássicos do futebol nacional”, disse Machado.

ÍDOLO
Adhemar Ferreira de Camargo Neto, mais conhecido à época como o Canhão do ABC, é jogador fundamental na história do Azulão e nas conquistas do clube, como o vice-campeonato brasileiro de 2000, quando foi o goleador do time. O ex-atacante é considerado um dos maiores ídolos do Azulão, ao lado de nomes como Luís Pereira, Serginho Chulapa, Silvio Luís, Serginho, Dininho e outros.

Em 2001, Adhemar foi contratado pelo Stuttgart, da Alemanha, onde se destacou logo na sua primeira temporada na Bundesliga, o Campeonato Alemão. Permaneceu no clube por dois anos, e retornou ao Brasil novamente pelo São Caetano, mas também defendeu outros times ao longo da carreira, como Atlético Mineiro e América de Natal. Encerrou sua trajetória como jogador em 2009, deixando um legado de superação e habilidade técnica.

“Tudo foi muito engraçado, pois estava no São Bento de Sorocaba e recebi uma ligação do Luís Pereira. Achei que era trote, mas descobri que era realmente ele quem estava me ligando e ele me explicou o projeto do clube, que em 5 anos estaríamos na Primeira Divisão do Paulista e do Brasileiro. Nós até antecipamos esse planejamento. O São Caetano construiu uma linda história, cheia de resultados. Foram anos de glória, sempre treinando e jogando no Anacleto Campanella. Tenho saudades daquela época”, disse Adhemar.

1



Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Artigos relacionados

Prefeitura de Mauá leva expositores da Economia Solidária à Recap

Iniciativa visa fomentar negócios através de parcerias com o setor privado O...

GCM de Mauá encerra canil clandestino após denúncia de morador

Operação foi realizada na noite desta sexta-feira (02/05), no Jardim Sônia Maria...

Mauá define data para Dia D contra gripe e dengue

Mobilização para ampliar cobertura vacinal será 10 de maio, véspera do Dia...

GCM Mauá apreende caminhão envolvido em descarte irregular de entulho no Jardim Paranavaí

GCM Mauá apreende caminhão envolvido em descarte irregular de entulho no Jardim...