O futebol brasileiro passa por diversas mudanças estruturais, entre elas a chegada das SAFs e a tentativa de formação de uma liga unificada. Para Stefan Madach, head de Esporte e Entretenimento no Investment Banking da XP, esses movimentos são importantes para a valorização do futebol enquanto produto.
“Antigamente, a gente tinha uma audiência muito localizada. Hoje a propagação da imagem ela é enorme e por que não competir com o futebol espanhol, por que não competir com o futebol inglês? Como produto, tudo isso vai fazer com que a gente possa se beneficiar de mais receita e os clubes com mais receita com mais capacidade de investimento”, explicou.
Com todas essas mudanças, Madach entende que o futebol brasileiro tem o mesmo potencial que a Premier League, a liga de futebol mais valiosa do mundo.
“Na nossa visão, o futebol brasileiro tem todo todos os elementos para estar brigando de igual para igual com a Premier League, por exemplo”, afirmou.
Próximos passos das SAFs
A escolha pelo modelo de SAF começou no Brasil com times endividados, que corriam sérios riscos financeiros. Passado esse primeiro momento, Stefan Madach acredita que deve haver um amadurecimento maior, dando margem para novos tipos de investimentos nos clubes.
“Acho que esse movimento é contínuo e gradual. Hoje existe uma estimativa de que há mais de 90 SAFs criadas no Brasil. O que a gente vai ver cada vez mais é uma ponte entre investidores institucionais, podendo até em certos casos, as próprias torcidas, pessoas físicas terem participação em clubes, o que não era possível no modelo anterior”, exemplificou.
Quanto ao capital aberto, Madach acredita que os investidores estejam prontos para esse próximo passo, mas que é um caminho a ser percorrido.
“Existe o amadurecimento que precisa acontecer para que as empresas de futebol estejam prontas para irem à bolsa e o investidor público alvo, né, dessas ofertas estejam prontos para entrar no negócio de futebol. […] Lembrando que o investidor ele está pronto para se antecipar. Está pronto para entrar em negócios que perdem dinheiro visando o crescimento, visando a transformação da lucratividade ao longo do tempo”, explicou.
Outro caminho para aumentar a receita dos clubes é explorar as próprias marcas.
“No futebol, eu acho que tem algo muito valioso com os clubes que é a marca, a marca e a audiência. Então, sabendo explorar isso, você vai gerar receita”, concluiu.
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